top of page

(Editorial) Uma segunda vida para Património Mineiro do concelho de Rio Maior

 

 

 

 

 

 

 

Nas margens da vida quotidiana da cidade de Rio Maior permaneceu, esquecido durante décadas, um legado patrimonial que a comunidade soube reclamar como evidência material da sua memória colectiva. A vontade dos riomaiorenses concedeu ao antigo Couto Mineiro do Espadanal, um século após o registo por António Custódio dos Santos e quarenta e sete anos depois do encerramento da actividade industrial, a oportunidade de iniciar uma segunda vida, já não de produção de combustíveis fósseis, mas como espaço dedicado à criação de conhecimento e cultura.

 

Damos agora os primeiros passos dessa segunda vida, tornada possível num momento de raro consenso na comunidade local, em torno da defesa de um património que é hoje reconhecido pelos cidadãos, pela comunidade científica e pelas instituições como uma marca fundamental da nossa cidade, a preservar e valorizar para o futuro.

 

Um consenso obtido no ano em que comemorámos o Centenário da Mina do Espadanal (1916-2016), culminando um processo de estudo e salvaguarda prolongado por mais de uma década. Cidadãos, especialistas e autarcas reuniram o seu saber, capacidade de trabalho e de diálogo, ultrapassando divergências e partilhando objectivos.

 

A importância do trabalho realizado, num esforço colectivo que reuniu os contributos insubstituíveis de dezenas de riomaiorenses e amigos de Rio Maior, está patente no conjunto de artigos publicados nos dois números inaugurais da décima primeira série do jornal O Riomaiorense.

 

Encerramos as Comemorações do Centenário celebrando a vida e a obra de Luís Falcão Mena (1917-1984). Sob proposta da EICEL1920, o antigo director técnico da Mina do Espadanal será homenageado pelo Município de Rio Maior com a atribuição do seu nome a uma rua na envolvente do antigo complexo mineiro.

 

Que o exemplo humanista do Engenheiro Falcão Mena, de trabalho e dedicação à comunidade, possa inspirar o desafio exigente dos próximos anos: reabilitar a antiga fábrica de briquetes da Mina do Espadanal como um espaço ao serviço da valorização cultural do concelho de Rio Maior. Um desafio que vai pôr à prova a capacidade de execução dos riomaiorenses.

 

Rio Maior, 31 de Dezembro de 2016.

Nuno Rocha



 

Figura 1 - Plano inclinado de extracção da mina do Espadanal, estação de manobras na receita interior, 1955-58. Reprodução de Fernando Aguiar, 1958.

bottom of page